sábado, junho 27, 2009

Chuvas avulsas

Amanhã estarei indo à Paris. Sei que você vai acabar partindo daqui, mas, não se esqueça que te mandarei cartas. Longas cartas escritas no tempo mais criativo do meu dia; talvez sejam muitas, talvez apenas meras linhas mal traçadas ou singelas palavras avulsas com o poder de deixar-te um gosto amargo na boca, 'mas não me queixo. O amor que sinto pelos outros quase sempre é suficiente, não precisa nem ter volta. ' É mais fortificante para mim alimentar esse impulso inexplicável que lutar para que ele seja recíproco.

Sei lá, acho que em algum momento tive a oportunidade de seguir outro caminho, mas, talvez nesse outro caminho não fosse possível deixar tantas marcas como no escolhido.
Muitas vezes me detive pela aurora, já a dizer para mim mesma que aquela não era a vida, aqueles não seriam os seres que deveriam estar lá por mim, quiçá nem aquele astro no céu fosse verídico, ao mesmo instante, alguém, um distinto alguém conseguia elevar meu olhar aos campos e recriar a esperança; a esperança que corrói, que te faz manter-se firme numa luta teoricamente perdida e te inebria os sentidos tornando-te mais um bobo dentre tantos outros, contudo, também é sobre essa mesma esperança que falo quando digo que foi ela que manteve meus sonhos vivos para que pudesse tomar minha xícara de café ao anoitecer.

'Corro, nego e ainda minto, mas, um dia eu encontro e quando encontrar, ai de ti, ai de ti que estiver por perto.'

3 comentários:

  1. tenho uma sensação boa, como quem expira vida quando leio teus escritos.

    ;*
    mila.

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  2. a esperança é a última que morre, gostei daqui me sinto em casa :)
    upa apertado'

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