Aqueles olhos. Ela tinha algo singular no olhar. Uma cadência que nos remete aos dias de sol; aconchego de família com aroma de romance destilado.
Depois de um relance, pensei: 'Sim, mas, como não a conheci antes?'
Ela observa minha apreensão, dá de ombros e bebe um pouco mais.
- Você estava esperando.
A conclusão desse indício de pensamento é que sempre me intriga.
- Esperando o quê, exatamente? - eu prosseguia, esperando que ela não desviasse a linha daquela conversa.
Tomava a xícara de café às mãos, ensaiava alguns goles e me rebatia com aqueles olhos que só necessitavam de três segundos para instigar e persuadir qualquer ser sobre essa terra.
Era nesse instante despercebido que eu mordia o lábio, aflito por mais respostas - ainda que fossem irrelevantes.
- Esperando o momento certo para aprender o real significado do sentimento mais nobre que alguém pode devotar a outro. Ou talvez, simplesmente estivesse esperando para dividir-se em alguém.
Ah, e eu te adoro ainda mais quando fingis me ignorar e persiste nessa busca vaga.
Te ligar, te ligar e não ser respondido.
Nesse breve espaço de tempo compreendo do que falavas.
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